Estimativas de diversos estudos internacionais apontam que entre 30% e 40% da população mundial possuem algum tipo de alergia. E lidar com alergias, principalmente na infância, é desafiador para os pais. Os médicos Ana Paula Castro, a alergista e imunologista da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, e o pediatra Bruno Paes Barreto, coordenador da região norte da Sociedade Brasileira de Pediatria, esclarecem os principais mitos sobre alergia e o uso de probióticos para ajudar nesta questão.
Os probióticos são microrganismos vivos (bactérias boas) que, quando ingeridos em quantidades adequadas, interagem com a microbiota intestinal e têm um papel importante no restabelecimento de seu equilíbrio.
O Lactobacilos rhamnosus GG (LGG®) é a cepa mais estudada no mundo, com eficácia e segurança comprovadas em todas as faixas etárias, incluindo bebês, crianças, adultos, gestantes e idosos, para equilibrar e proteger a microbiota intestinal. As pesquisas científicas realizadas com o Lactobacilos rhamnosus GG (LGG®) já chegam a 35 anos, com validação de mais de 200 estudos clínicos em humanos e mais de 1.000 estudos publicados com essa cepa.
O LGG® é um bacilo Gram-positivo obtido a partir do intestino de um adulto saudável, totalmente sequenciado geneticamente, revelando-se mais 300 proteínas específicas – o que diferencia essa cepa das demais. Entre suas diversas atividades, consegue resistir bem ao ácido gástrico e à bile, adere de forma eficaz às células intestinais e favorece a produção de muco, fazendo com que o aumento da permeabilidade intestinal em situações onde há desequilíbrio da microbiota seja corrigido.
Vale lembrar que é fundamental que adultos e crianças alérgicas tenham acompanhamento médico e estejam bem informadas para avaliar as situações e tomar ações emergenciais quando necessário.
Confira:
A alergia pode ser associada ao fator genético?
VERDADE – Sim. Segundo a alergista e imunologista Ana Paula Castro, médica assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, filhos de mães e pais alérgicos apresentam mais chances de desenvolver alergias. Algumas alergias acabam afetando a qualidade de vida na infância. Mas os sintoma podem ser prevenidos e hoje, felizmente, há tratamentos eficazes.
Probióticos podem ajudar na prevenção da alergia na infância?
VERDADE – O uso contínuo de probióticos pode controlar a proliferação de bactérias “do mal”, as patogênicas, presentes no intestino, proporcionando a absorção de nutrientes para o organismo de forma equilibrada e fortalecendo o sistema imune. As alergias e a imunidade estão correlacionadas, segundo a médica.
Uma vez que a pessoa é alérgica, não é possível controlar fatores externos que desencadeiam crises?
MITO - É possível equilibrar o sistema imunológico. Evitar o contato com alérgenos, como saliva e epitélio de animais de estimação, bolor, fumaça de cigarro e poluição são formas de prevenção. Manter a higiene da casa, em especial do quarto, ajuda a evitar a proliferação de ácaros.
O uso de probióticos na gravidez pode ajudar a prevenir alergias nos filhos?
VERDADE – Segundo o pediatra Bruno Paes Barreto, coordenador da região norte da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Lactobacilus rhamnousus GG (LGG®) é um dos mais estudados para evitar que grávidas que são acometidas de asma e rinite tenham um filho alérgico.
“Usando, sobretudo, no último trimestre de gravidez tentamos protelar e impedir o surgimento de alergias nas crianças. Esta é uma das principais indicações do probiótico LGG para a gestante”, diz Barreto.
O tipo de parto, vaginal ou cesariana, não influencia o sistema imunológico do bebê?
MITO - Quando se pensa em prevenção de alergias, o parto vaginal tem um papel importante porque faz com que a bebê tenha contato com bactérias que são muito importantes para o adequado funcionamento do intestino e desenvolvimento do sistema imunológico. Desde o nascimento, essa influência ocorre, uma vez que o nosso organismo é formado por inúmeras bactérias, concentradas em sua maioria no intestino. A microbiota intestinal, conhecida há alguns anos como flora intestinal, abriga bactérias, vírus e fungos, sendo que a maior parte das células do sistema imunológico fica alojada no intestino. Sendo assim, o tipo de parto também influencia na propensão a alergias, uma vez que no parto por cesariana não há transferência da microbiota da mãe para o bebê.
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